CNBB
denuncia:
PM
desarmou indígenas Gamela e em seguida permitiu ataque dos fazendeiros e
jagunços
O bispo
de Viana (MA), dom Sebastião Lima Duarte, município onde ocorreu o brutal
ataque aos indígenas Gamela na tarde do último domingo, (30) denunciou, ao
falar em nome da CNBB em entrevista coletiva: “A polícia desarmou os indígenas
e em seguida permitiu o ataque dos fazendeiros e jagunços”. A entrevista se deu
durante a Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida.
Leia a seguir
o relato da situação no Povoado das Bahias, no município de Viana, feito pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) da CNBB:
Depois
de uma madrugada de tensão pelo receio de novos atos de violência contra as
aldeias Gamela, além da angústia sobre o estado de saúde dos feridos no ataque
deste domingo, 30, contra a retomada dos indígenas no Povoado das Bahias,
município de Viana (MA), informações consolidadas dão conta do massacre
envolvendo a amputação de membros do corpo de dois indígenas: cinco baleados,
sendo que dois tiveram também as mãos decepadas, e chega a 13 o número de
feridos a golpes de facão e pauladas. Não há, até o momento, a confirmação de
mortes.
Os
dados são parciais: os números de baleados e feridos podem aumentar, e isso se
deve ao fato de que os Gamela se espalharam após a investida dos fazendeiros e
seus capangas, entre 16h30 e 17 horas. Os criminosos estavam reunidos para
atacar os indígenas ao menos desde o início da tarde, nas proximidades do
Povoado da Bahias, numa área chamada de Santero, conforme convocação realizada pelas
redes sociais e em programas de rádio locais – inclusive com falas de apoio do
deputado federal Aluisio Guimarães Mendes Filho (PTN/MA).
Cinco indígenas foram
transferidos durante a noite e madrugada para o Hospital Socorrão 2, Cidade
Operária, na capital São Luís. Todos baleados em várias partes do corpo e dois
chegaram à unidade com membros decepados: um teve as mãos retiradas a golpes de
facão, na altura do punho; outro, além das mãos, teve os joelhos cortados nas
articulações.
Na manhã de segunda-feira,
1º de maio, Dia dos Trabalhadores, dois Gamela receberam alta: um levou um tiro
de raspão na cabeça e teve apenas uma das mãos machucadas e o segundo levou um
tiro no rosto e outro no ombro, mas sem prejuízos para os órgãos vitais. Os
demais seguem internados: dois em estado grave, correndo risco de morte, e sem
alternativa passaram por intervenções cirúrgicas.
“Um deles levou dois
tiros, uma bala está alojada na coluna e a outra na costela, teve as mãos
decepadas e joelho cortados. O irmão dele levou um tiro no peito. Outro teve as
mãos decepadas”, relata integrante do Conselho Indigenista Missionário (Cimi)
que esteve com os Gamela hospitalizados em São Luís. Carros de apoiadores dos
Gamela, inclusive, tiveram que cuidar da locomoção de feridos pela falta de
ambulâncias.
O Governo do Estado do
Maranhão, por intermédio das secretarias de Segurança Pública e Direitos
Humanos, está informado dos fatos. A Fundação Nacional do Índio (Funai) também
foi notificada e a intenção é envolver o governo federal na garantia dos
direitos humanos e de proteção aos Gamela – sobretudo porque a avaliação dos
indígenas é de que as polícias Militar e Civil são próximas dos principais
opositores da pauta do povo, que na região sobre com racismo e preconceito
sendo constantemente taxados de falsos índios. (Fonte: Publicado em
outraspalavras.net, 01/05/2017).
Este absurdo não pode continuar.
ResponderExcluirÉ urgente uma tomada de decisão para proteger os Indios, sem defesa e descriminados. Esta situação contra os Indios precisa de urgente tomada de decisão.