sexta-feira, 19 de maio de 2017




Papa aos doentes de Huntington:
 Aos olhos de Deus temos um valor inestimável 

(ZENIT – Cidade do Vaticano, 18 May. 2017).- O Papa Francisco recebeu nesta quinta-feira na Sala Paulo VI no Vaticano, os doentes de Huntington, seus familiares, associações, médicos e outros profissionais da saúde de várias partes do mundo, em tudo umas 2.500 pessoas.
O papa explicou que a doença pode ser ocasião de encontro, de partilha e solidariedade. E lembrou que durante muito tempo o medo e as dificuldades que caracterizaram a vida dos doentes de Huntington criaram em torno deles desentendimentos, barreiras e marginalizações.
E que “em muitos casos os doentes e seus familiares viveram o drama da vergonha, do isolamento e do abandono. Hoje, estamos aqui porque queremos dizer a nós mesmos e ao mundo: ‘Oculta nunca mais’. Não se trata simplesmente de um slogan, mas de um compromisso em que todos são protagonistas”.
“Para Jesus –disse o Papa– a doença nunca foi um obstáculo para encontrar o ser humano, pelo contrário Ele nos ensinou que a pessoa humana é sempre preciosa, dotada de dignidade que nada e ninguém pode cancelar, nem mesmo a doença. A fragilidade não é um mal e a doença, expressão da fragilidade, não pode e não deve nos fazer esquecer que aos olhos de Deus o nosso valor permanece inestimável. ”
Aos familiares, o Papa disse que “quem vive a doença de Huntington sabe que ninguém pode realmente superar a solidão e o desespero a não ser junto das pessoas que com abnegação e constância se tornam companheiras de viagem.
“Não cedam –exortou o Papa– à tentação do senso de vergonha e de culpa. A família é o lugar privilegiado de vida e dignidade, e vocês podem colaborar na construção da rede de solidariedade e ajuda que somente a família é capaz de garantir e que é por primeira chamada a viver. ”
O santo Padre indicou que “à doença muitas vezes se acrescentam a pobreza, separações forçadas e uma sensação geral de desânimo e desconfiança. Portanto, as associações e agências nacionais e internacionais são vitais. Sejam como os braços que Deus usa para semear esperança. Sejam vozes que reivindicam os direitos dessas pessoas! ”
E os encorajou a seguir adiante “sempre com meios que não contribuam para alimentar a cultura do descarte que se insinua também no mundo da pesquisa científica. Alguns ramos da pesquisa utilizam embriões humanos, causando inevitavelmente a sua destruição. Sabemos que nenhuma finalidade, por mais nobre que seja, como a previsão de uma utilidade para a ciência, para outros seres humanos ou para a sociedade, pode justificar a destruição de embriões humanos”.
“Que a vida de cada um de vocês –concluiu o Papa– possa ser testemunho vivo da esperança que Cristo nos doou. Através do sofrimento passa também a estrada fecunda do bem que podemos percorrer juntos”.

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