Papa aos doentes de
Huntington:
Aos olhos
de Deus temos um valor inestimável
(ZENIT – Cidade do Vaticano, 18 May. 2017).- O Papa Francisco
recebeu nesta quinta-feira na Sala Paulo VI no Vaticano, os doentes de
Huntington, seus familiares, associações, médicos e outros profissionais da
saúde de várias partes do mundo, em tudo umas 2.500 pessoas.
O papa explicou que a doença pode ser ocasião de encontro, de partilha e
solidariedade. E lembrou que durante muito tempo o medo e as dificuldades que
caracterizaram a vida dos doentes de Huntington criaram em torno deles
desentendimentos, barreiras e marginalizações.
E que “em muitos casos os doentes e seus familiares viveram o drama da
vergonha, do isolamento e do abandono. Hoje, estamos aqui porque queremos dizer
a nós mesmos e ao mundo: ‘Oculta nunca mais’. Não se trata simplesmente de um
slogan, mas de um compromisso em que todos são protagonistas”.
“Para Jesus –disse o Papa– a doença nunca foi um obstáculo para
encontrar o ser humano, pelo contrário Ele nos ensinou que a pessoa humana é
sempre preciosa, dotada de dignidade que nada e ninguém pode cancelar, nem
mesmo a doença. A fragilidade não é um mal e a doença, expressão da
fragilidade, não pode e não deve nos fazer esquecer que aos olhos de Deus o
nosso valor permanece inestimável. ”
Aos familiares, o Papa disse que “quem vive a doença de Huntington sabe
que ninguém pode realmente superar a solidão e o desespero a não ser junto das
pessoas que com abnegação e constância se tornam companheiras de viagem.
“Não cedam –exortou o Papa– à tentação do senso de vergonha e de culpa.
A família é o lugar privilegiado de vida e dignidade, e vocês podem colaborar
na construção da rede de solidariedade e ajuda que somente a família é capaz de
garantir e que é por primeira chamada a viver. ”
O santo Padre indicou que “à doença muitas vezes se acrescentam a
pobreza, separações forçadas e uma sensação geral de desânimo e desconfiança.
Portanto, as associações e agências nacionais e internacionais são vitais.
Sejam como os braços que Deus usa para semear esperança. Sejam vozes que
reivindicam os direitos dessas pessoas! ”
E os encorajou a seguir adiante “sempre com meios que não contribuam
para alimentar a cultura do descarte que se insinua também no mundo da pesquisa
científica. Alguns ramos da pesquisa utilizam embriões humanos, causando
inevitavelmente a sua destruição. Sabemos que nenhuma finalidade, por mais
nobre que seja, como a previsão de uma utilidade para a ciência, para outros
seres humanos ou para a sociedade, pode justificar a destruição de embriões
humanos”.
“Que a vida de cada um de vocês –concluiu o Papa– possa ser testemunho
vivo da esperança que Cristo nos doou. Através do sofrimento passa também a estrada
fecunda do bem que podemos percorrer juntos”.
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